Minéia Gomes
Numa época de inteligências múltiplas, me dá ânsia de vômito ouvir pseudossábios falando que o bom profissional faz de tudo muito bem. De fato, num mundo multimídia, dá sim pra ser multitarefa. Daí a fazer tudo muito bem são outros quinhentos, como diria a velha fábula.
Existem hoje no mercado três tipos de modelos básico de processamento cerebral: auditivo, visual e cinestésico. O processamento das informações advém a partir de cada um desses. Um RH atualizado e sintonizado providenciaria testes simples para saber onde seus empregados se destacam nesse sentido e reprogramariam suas colocações, tendo assim melhor desempenho e, claro, melhor satisfação dos trabalhadores.
Para o consultor Eduardo Ferraz, especialista em neurociência e gestão de pessoas, “O desempenho na carreira, na vida pessoal e até mesmo a realização pessoal depende do modelo que mais predomina e do conhecimento que a pessoa tem de si mesma.”
Mas porque a gestão pública se sente tão acuada em acatar teorias tão significativas quanto neurociência, neurolinguística, Business Inteligence ou qualquer outra coisa que venha desatravancar a morosidade ou a comodidade do “jeitinho”, do “apadrinhamento”, do “coronelismo”?
Ouvi uma colega falando que não adianta ir contra esse processo de quinhentos anos. Discordo! Alguém precisa ir. Alguém precisa estar no lugar errado da forma certa, para que a coisa possa fluir. Porque nossos ouvintes, telespectadores, contribuintes precisam de exemplos subversivos. Para que a subversão passe a ser ordem.
Então hoje temos a questão das pessoas desviadas de função. Que bom! Muitas estão por questões políticas, outras por subversão. Por entenderem seus processamentos cerebrais e buscarem se encaixar. O que deveria fazer a chefia? Buscar o que é melhor para a pessoa e para a empresa. Se é possível casar os dois, por que não fazê-lo?
Sejamos docemente subversivos. E acatemos as inovações na gestão pública.
Texto publicado no Marco Zero ed.01.
Nenhum comentário:
Postar um comentário