(ou o dia em que o mundo não acabou)
Cristiano Deveras, técnico em fotomecânica
Não foi, não é Mas poderia ter sido… Imagine o mundo acabando hoje: Você fez tudo valer a pena? Colocou tempero, sabor, sentido, valia Em sua vida? A alma ganhou o mundo ou foi somente aquela Pequena Sua existência foi plena? Queimou-se ao sol Ou viveu sob a sombra de outro? Deixou claro a quem se importava O quão importante ela era, o quanto a amava? Ou deixou que o trabalho, a faculdade A fleuma, educação ou timidez Ditassem seu tempo, E por mais de uma vez Calou o “eu te amo” na ponta da língua Deixando aquele belo momento Morrer à míngua? Alguma vez olhou para o céu E agradeceu o simples milagre De estar vivo? Sorte sua é que não foi hoje E que o amanhã ainda existe Que a humanidade persiste (por enquanto, só por encanto) Então diga mais “eu te amo” Ou mesmo um “gosto de você” Distribua beijos e obrigados Doe abraços Liberte risos bobos E aquele ar pateta, que ninguém resiste. Viva, mas viva de forma plena E faça com que todos aqueles ao teu lado Saibam que o mais importante É o amor. Pense bem. Não é todo dia que se tem uma segunda chance…
Poesia publicada no livro Balada do Homem sem Nome – Goiânia: PUC-GO/Kelp's, 2012
Cristiano Deveras é escritor, diretor da UBE-GO e duas vezes vencedor da Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos.
Texto publicado no Marco Zero ed.00.
Nenhum comentário:
Postar um comentário