terça-feira, 28 de abril de 2015

Repense

(ou o dia em que o mundo não acabou)

Cristiano Deveras, técnico em fotomecânica

Não foi, não é
Mas poderia ter sido…

Imagine o mundo acabando hoje:
Você fez tudo valer a pena?
Colocou tempero, sabor, sentido, valia
Em sua vida?
A alma ganhou o mundo ou foi somente aquela
Pequena
Sua existência foi plena?
Queimou-se ao sol
Ou viveu sob a sombra de outro?

Deixou claro a quem se importava
O quão importante ela era, o quanto a amava?
Ou deixou que o trabalho, a faculdade
A fleuma, educação ou timidez
Ditassem seu tempo,
E por mais de uma vez
Calou o “eu te amo” na ponta da língua
Deixando aquele belo momento
Morrer à míngua?

Alguma vez olhou para o céu
E agradeceu o simples milagre
De estar vivo?

Sorte sua é que não foi hoje
E que o amanhã ainda existe
Que a humanidade persiste
(por enquanto, só por encanto)

Então diga mais “eu te amo”
Ou mesmo um “gosto de você”
Distribua beijos e obrigados
Doe abraços
Liberte risos bobos
E aquele ar pateta, que ninguém resiste.
Viva, mas viva de forma plena
E faça com que todos aqueles ao teu lado
Saibam que o mais importante
É o amor.

Pense bem.
Não é todo dia que se tem uma segunda chance…

Poesia publicada no livro Balada do Homem sem Nome – Goiânia: PUC-GO/Kelp's, 2012

Cristiano Deveras é escritor, diretor da UBE-GO e duas vezes vencedor da Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos.


Texto publicado no Marco Zero ed.00.

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